Greve de funcionários do INSS afeta quase metade das agências pelo país

Publicado em: 04/08/2015

A greve dos funcionários do INSS está entrando na quinta semana e quase metade das agências pelo país está com algum tipo de serviço paralisado. Essa greve vem causando transtorno à população. Tem trabalhador que recebe a confirmação do atendimento pelo telefone. Mas, quando chega no posto, dá com a cara na porta.
Sem conseguir fazer a perícia, as pessoas não conseguem receber o benefício do INSS. Isso compromete até o tratamento, quando elas dependem desse dinheiro para comprar algum medicamento, por exemplo.
Nem sinal de qualquer atendente dentro do posto do INSS, na região central de São Paulo. A greve dos funcionários começou no início de julho, mesmo assim, os médicos ainda estavam fazendo perícia. Mas desde a última quinta-feira (30), quem vem, perde a viagem.

“Ai meu Deus. É a terceira vez que eu venho e vou ter que remarcar de novo. Fiquei bastante nervosa. Difícil né”, diz a selecionadora Iara Alves.

Seu José está afastado do trabalho desde dezembro, mas só recebeu o benefício da Previdência durante quatro meses. Precisa da perícia, que estava marcada para o dia 7 de julho, bem o dia em que o INSS entrou em greve. Ele conseguiu remarcar para última sexta-feira (31) à tarde. Pediu dinheiro emprestado para ir até o posto. “Já é a segunda perícia que eu venho, eles não avisam, eu ligo, eles remarcam e vem e bate com a cara na porta aqui. E liga, manda a gente vir”, conta o encanador José de Souza.

Em Belo Horizonte, o mesmo problema. A Sodréia ligou para o INSS para confirmar a perícia. “Eles falaram que podia vir que estava funcionando normal aí cheguei aqui agora e tive essa surpresa”, afirma.

Sem atendimento nos postos do INSS muitos segurados estão sem receber o benefício e se perguntando como vão fazer para pagar as contas. Está difícil achar a resposta. Informação, só o que se vê nos cartazes. Sem o dinheiro do benefício, os trabalhadores se viram como podem. “Falta as coisas em casa, a gente tem que pedir dinheiro emprestado para um, para outro, aí complica. Mas aí só Deus que sabe”, conta motorista Luciano da Silva.

Em um comunicado na internet, a Previdência diz que o INSS tem se esforçado para orientar as unidades e a central de atendimento 135 sobre o reagendamento para segurados que não estão sendo atendidos. A repórter Ana Paula Campos encontrou com a Patrícia no posto do INSS, na quinta-feira (30), da semana passada. Ela fez transplante de córnea e está afastada do trabalho.

“Eles não conseguem informar o que está acontecendo, não tem informação, não se comunicam. É total descaso mesmo”, diz a operadora de telemarketing Patrícia Maciel.

O Bom Dia Brasil foi encontrar a Patrícia em casa. Ela tem 23 graus de hipermetropia e 10 de astigmatismo. Sem lente de contato, só enxerga com o papel grudado na cara. O jeito seria usar lentes de contato. Mas como, se o par custa R$ 560 e desde junho o INSS não paga o benefício?

Depois de várias ligações para a Previdência e muito tempo perdido, ela conseguiu uma sinalização. “Foi falado para mim, pelo telefone, que eu vou estar recebendo o benefício normalmente, o que eu recebi e o que eu não recebi eu vou receber tudo agora e eles vão entrar em contato e vão marcar uma nova perícia”, afirma Patrícia Maciel.

Em nota, o Ministério da Previdência garantiu que os segurados não terão prejuízo financeiro porque o que vale na concessão dos benefícios é a data do agendamento inicial. Se o atendimento for adiado, as pessoas vão receber os valores atrasados quando conseguirem fazer a perícia.

Fonte: Bom Dia Brasil/G1 (03/08/2015)










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