Contribuintes com perícia agendada são atendidos na calçada do INSS

Publicado em: 02/12/2015

São quase três meses de greve dos médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e os moradores de Campinas (SP) que precisam de atendimento sofrem com os constantes reagendamentos. A EPTV, afiliada da TV Globo, acompanhou nesta segunda-feira (30), os contribuintes que tinham perícia marcada. Muitos não puderam entrar na agência e foram atendidos na calçada da entidade pelos seguranças.

Durante as 4h30 em que a reportagem esteve no local, 120 pessoas tentaram ser atendidas, mas apenas 20 conseguiram entrar na agência.

Persistência

A auxiliar de limpeza Fabiana Cândido, que está há dois meses sem receber salário nem benefício do INSS, é uma delas. Nesta segunda, ela insistiu para ser atendida, mas não conseguiu.
Ela trabalhava em um supermercado e saiu de licença médica no dia 22 de setembro. A auxiliar de limpeza já tem um laudo médico que autoriza o retorno, mas sem a perícia não é possível voltar ao trabalho.

Me tratou como se eu fosse um nada. Só que esse nada, assim como esse monte de nada que tá aqui, é que sustenta isso aqui. Eu só quero que eles me deem um papel dizendo que estou apta para trabalhar, desabafa.

A auxiliar de cozinha Joana Soto vive uma situação parecida, já que está desde setembro afastada por problemas nos ombros e pernas. Ao chegar a agência do INSS, ela foi orientada a voltar em fevereiro.
No mês passado, a auxiliar de cozinha emprestou dinheiro para pagar as contas e não sabe como quitará as dívidas. Como é que a gente vive desse jeito. Se não pagar a luz corta, se não pagar a água corta, afirma.

30% dos atendimentos

Segundo o sindicato dos médicos peritos, 30% dos atendimentos estão sendo cumpridos, de acordo com o que determina a Justiça. Além disso, a entidade informou que o sistema distribui as senhas de forma aleatória. Os contribuintes têm que dar sorte de cair com alguém que não esteja em greve para não ter que esperar uma nova remarcação.
Já o INSS disse que das 116 perícias agendadas para esta segunda, 74 foram realizadas. Sobre o atendimento na calçada, a entidade afirmou que foi uma medida administrativa para evitar tumultos. A paralisação dos médicos peritos teve início no dia 4 de setembro.

Fonte: G1 (30/11/2015)










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