Pouco conhecido, adicional do INSS complementa renda de aposentados

Publicado em: 03/11/2015

Mais de 12.800 aposentados por invalidez no Paraná receberam o adicional de 25% no benefício pago pelo do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no mês de outubro. O dinheiro extra é um direito, popularmente chamado de auxílio-acompanhante.

Pago apenas aos aposentados que precisam de cuidados permanentes, o benefício é desconhecido de muitos. Em todo o Brasil, neste mês, 201.450 comprovaram esta necessidade e, portanto, receberam a majoração de 25%.
É pouco, mas faz diferença. Você já coloca no orçamento e se planeja como usá-lo, por isso, eu acho que tem que ser mais divulgado. Tem que precisa deste dinheiro e nem sabe que existe, afirma o aposentado Jair de Oliveria, de 61 anos, que devido a uma fragilidade no nervo óptico começou a perder a visão aos 30 anos.

Informações sobre o adicional estão disponíveis no site do INSS, no tópico aposentadoria por invalidez ou pela central telefônica 135.
Jair trabalhava em uma empresa de box para banheiro quando percebeu os primerios sinais da doença. Jovem, no início da carreira e assustado com a notícia de que, gradativamente, ficaria cego, a aposentadoria foi a opção para ele.

Eu fui fazendo o tratamento com o médico e fui tentando. Quando vi que não tinha mais condição, fui me acalmando. Na verdade, eu tive que me conformar com a situação.
Jair não sai de casa sozinho. Por isso, quando precisa ir ao médico, por exemplo, chama um acompanhante que é pago com o dinheiro do auxílio. O recurso também acaba ajudando na compra de medicamentos.
A majoração de 25% foi criada em 1991. Jair conseguiu agregá-la à aposentadoria há seis anos. Como escuto bastante rádio e acompanho muito a televisão acabei sabendo e as pessoas que conhecem a gente acabam falando, né?.

O dinheiro também é bem-vindo na casa do aposentado José Santucci, de 65 anos, que mora em Curitiba. Ele recorreu a uma advogada para aposentar o filho Amauri Santucci, que hoje tem 40 anos.

Inicialmente, o INNS havia negado a aposentadoria por invalidez, que ocorreu apenas após decisão judicial.

Aos 16 anos, Amauri começou a apresentar os primeiros sinais de esquizofrenia. A advogada também intercedeu para a concessão da majoração, por meio de um requerimento administrativo.
Eu vivo de aposentadoria e antes a mãe dele não trabalhava, então, era apertadinho. A gente sempre tem despesa, parece que não, mas sempre tem. Se fosse muito, ajudava. Sendo pouco também ajudou… O pouco com Deus é muito, disse José Santucci.

O pai contou que o filho trabalhava com carteira assinada e começou a apresentar dificuldade de relacionamento na empresa.

Fui chamado, e eles disseram que estavam dispensando o meu filho porque ele saia e não voltava, falavam para ele subir e ele descia, falavam para ele ir para frente e ele ia para trás. Eles acabaram me aconselharam a levá-lo ao médico, lembrou o José Santucci.

A doença de Amauri não tem cura e piora ao passar dos anos. Eu tenho observado que gradativamente ele piora. Desde o diagnóstico definitivo, Amauri tem acompanhamento médico e psicológico e faz usos de diversos medicamentos.
Ao todo, Amauri foi internado 12 vezes. Entretanto, depois que o pai passou a cuidar dele não houve novas internações.

Como solicitar
No Paraná, em outubro, foram pagas 186.791 aposentadorias por invalidez. Destas, 12.878 com a majoração de 25%.
Este adicional ser concedido logo no momento da realização da perícia médica, solicitada para a concessão da aposentadoria por invalidez, ou depois, a qualquer momento, diretamente em uma agência do INSS.

O beneficiário recebe um formulário que deve ser preenchido e entregue junto com os documentos solicitados (cópia do RG, cópia do CPF, um atestado médico atualizado e cópia de laudos e exames médicos) para que seja marcada hora para uma avaliação médico pericial.
A advogada Claudia Salles explica que esta perícia irá constatar a gravidade da invalidez do beneficiário. Isso significa que o médico irá atestar se o aposentado de fato é incapaz de realizar sozinho afazeres diários.
Não é necessário contratar um advogado para solicitar o adicional. Muitos beneficiários do INSS recorrem a um advogado, de acordo com Claudia Salles, por terem dificuldade de acesso à informação.

A advogada cita ainda ser comum as pessoas procurarem assistência jurídica quando têm a solicitação negada pelo INSS.

Casos previstos para majoração de 25%
– Cegueira total
– Perda de nove dedos das mãos ou superior a esta
– Paralisia dos dois membros superiores ou inferiores
– Perda dos membros inferiores, acima dos pés, quando a prótese for impossível
– Perda de uma das mãos e de dois pés, ainda que a prótese seja possível
– Perda de um membro superior e outro inferior, quando a prótese for impossível
– Alteração das faculdades mentais com grave perturbação da vida orgânica e social
– Doença que exija permanência contínua no leito
– Incapacidade permanente para as atividades da vida diária

Fonte: G1 (30/10/2015)










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